segunda-feira, 31 de maio de 2010

Aerosmith: biografia de Steven Tyler sairá em novembro

De acordo com informações do Terra, a biografia do vocalista do Aerosmith, Steven Tyler, será lançada em novembro deste ano.




"Does the Noise in my Head Bother You?" ("O barulho na minha cabeça te incomoda?" em português) vai ser publicado pela editora Ecco, da HarperCollins Publishers. A editora pagou dois milhões de dólares a Tyler pelos direitos para publicar o livro.



O Aerosmith se apresentou no Brasil nesta última semana, onde fez shows em Porto Alegre e São Paulo.

Ozzy Osbourne: Madman não descarta reunião Sabbath

O vocalista OZZY OSBOURNE, prestes a lançar seu novo álbum "Scream" cedeu uma entrevista à Rolling Stone americana falando sobre seu relacionamento com o Black Sabbath. Quando questionado sobre a possibilidade de uma reunião, o cantor respondeu: "Eu amo aqueles caras - Bill, Tony e Geezer. Eu nunca digo nunca, porque você nunca sabe o que está por vir."




Ozzy falou também sobre as músicas do SABBATH que escolhe para os shows em sua turnê: "Eu tenho muita coisa para escolher agora que quero tentar algumas canções diferentes de 'Iron Man' e 'War Pigs'. Eu sempre terei que tocar 'Paranoid' porque é meu hino. Eu não imaginaria tocar 'Fairies Wear Boots' ou algo diferente somente para ver como fica".



O cantor ainda fala mais algumas palavras sobre a morte de Ronnie James Dio: "Sabe, quando qualquer um morre nessa área [musical], é triste. Eu fiquei sabendo da doença de Ronnie Dio há alguns meses e enviei uma mensagem dizendo que que se houvesse algo em que pudessemos ajudar, que não hesitate em nos chamar. Eu não era realmente um grande amigo de Ronnie Dio. O encontrei algumas vezes através dos anos. Mas ele era um vocalista muito, muito bom. É uma perda terrível. Deus te abençõe, Ronnie."

Ozzy Osbourne: "Eu poderia ter morrido umas mil vezes!"

Nesse final de semana de ‘Memorial Day’ (feriado americano que lembra os mortos em guerras), é especialmente triste para os fãs do metal e hard rock pois eles dizem adeus a dois de seus músicos favoritos.




Funerais particulares se realizaram na sexta (28 de maio) em Des Moines, Iowa, para o baixista do Slipknot Paul Gray, que foi encontrado morto em um quarto de hotel em um subúrbio de Des Moines em 24 de maio. A causa da morte de Gray ainda não foi determinada, apesar de que, de acordo com uma chamada de emergência, uma agulha hipodérmica e comprimidos foram encontrados próximos ao corpo do músico de 38 anos. Slipknot não deu dicas sobre o seu futuro.



Um funeral público foi realizado no domingo (30 de maio) em Los Angeles para Ronnie James Dio, o líder do Black Sabbath, RAINBOW e DIO, que perdeu sua luta contra o câncer de estômago há duas semanas aos 67 anos. Mais de 1.200 fãs e amigos compareceram ao evento.



As mortes de Dio e Gray foram as últimas que atordoaram o mundo do rock pesado nos últimos seis meses. O baterista do AVENGED SEVENFOLD James "The Rev" Sullivan morreu em dezembro passado, enquanto o líder do TYPE O NEGATIVE Peter Steele faleceu no mês passado.



Ozzy Osbourne, que conhecia todos os artistas, disse a The Pulse of Radio que é triste ver tantos músicos falecerem em um período tão curto de tempo, “Quero dizer, ultimamente parece que todo mundo está batendo as botas,” ele disse. “Isso acontece uma vez ou outra, sabe. Eu só espero que minha vez não chegue logo. É o que acontece, sabe. Você me escuta falando, eu tenho sorte de não ser um dos mortos, porque eu costumava – quero dizer o Ronnie James Dio não tinha nenhum problema, mas quando há drogas envolvidas ou álcool... Eu poderia ter morrido umas mil vezes.”

Aerosmith (Parque Antártica, São Paulo, 29/05/10)

Parecia um sonho assistir o Aerosmith pela terceira vez em Sampa: em 1993 eles vieram em pleno gás da tour de Get A Grip; voltaram em 2007, novamente no gigantesco estádio do Morumbi, e agora se apresentaram no menor, mais aconchegante e bem mais bem localizado estádio do Palmeiras, o Parque Antártica

Depois de muita lavação de roupa suja em público e ameaças de processos, a banda fez as “pazes” afetivas e financeiras e voltou a excursionar com Steven Tyler, que chegou inclusive quase a ser demitido do grupo. Para o bem geral da nação do rock n’ roll, Tyler voltou, e assim continua dando sequência à saga da gloriosa banda, uma das poucas no globo que ainda pode bater no peito e bradar que está na estrada com sua formação clássica original, a mesma que gravou o primeiro álbum lá em 1973.




A abertura do show desta noite ficou por conta do Cachorro Grande, que fez uma bela apresentação; com a garra, energia, simpatia e rock de sempre. Bela escolha dos organizadores como supporting act!



Depois de um intervalo, desce da parte superior do palco o imenso pano negro com a logomarca da banda, para o delírio dos presentes. Atrás da cortina, adentra ao palco cinco autênticos rock n’ survivors e a coisa esquenta pra valer com a percussão tribal jorrando dos PAs, sim, é “Eat The Rich”, que coloca o estádio do Palestra Itália abaixo em questão de segundos...



Ali na frente do palco o som estava bom, coisa rara aqui no Brasil, e foi muito agradável encontrar esses nossos velhos companheiros: Brad Whitford está diferente, com visual meio “mano”, com óculos escuros e toca de rapper; Tom Hamilton continua elegante e discreto como sempre; Joey Kramer mantém o gás e seus “tiques” típicos dos bateristas; Steven Tyler é um mestre da performance e do entretenimento rocker, com milhares de pessoas nas palmas de suas mãos durante todo o show; e Joe Perry... Espera um pouco, esse cara merece um parágrafo só pra ele...



Cheguei no Parque Antártica, peguei minha cerveja e busquei o lado direito do palco, onde Joe “fuckin’” Perry logo estaria começando mais uma de suas aulas de puro rock. No primeiro módulo ele ensinou como se vestir: couro dos pés a cabeça, digno de um sujeito com pedigree no assunto, membro de um seleto time de caras como Marlon Brando, Gene Vincent, Jim Morrison e John Lennon no comecinho, na época de Quarryman; todos devidamente trajando couro negro. No segundo módulo, o mais extenso da aula do dia, Perry demonstrou como tocar guitarra, ter pegada autêntica, ter carisma no palco e ainda como ser um cara de estilo único, assimilando os ensinamentos de seus três guitar heros dos Yardbirds (Page, Beck e Clapton) e passando adiante isso tudo, influenciando caras como Slash e 99% dos guitarristas do hard rock dos anos 80. Em certos momentos do show, Perry duelou com sua versão virtual do game Guitar Hero no telão, garantindo e mostrando que a “the real thing” é sempre infinitamente superior; e em outros, usou o teremin, instrumento imortalizado no rock por Jimmy Page. Perry também desfilou algumas de suas 600 guitarras: Stratos, Les Pauls, SGs, peças de um ou dois braços, e sua clássica Dan Armstrong transparente de corpo sólido em acrílico. Que sustain!



A segunda canção da noite foi uma surpresa para os fãs das antigas, “Back In The Saddle”, hino que abre o disco mais denso, dark e dopado da banda, Rocks, de 1976, um ano em que cerca de 80% da plateia dessa noite sequer havia nascido. Impressionante a quantidade de teens no show do Aerosmith, banda que graças a seu renascimento comercial e criativo no final dos anos 80 vem reciclando seu público a cada instante. Falando dessa fase de renascimento, a próxima é “Love in an Elevator”, do disco Pump, de 1989, um marco da fase mais “moderna” da banda.



De se louvar também o fato do grupo a cada apresentação mudar seu set list, dando um toque de aventura e surpresa no show. Além disso, são poucas as bandas que podem se dar ao luxo de fazer três shows diferentes, repleto de hits, sem repetir nenhuma canção; e o Aero tem bala na agulha suficiente pra isso. Esse tipo de coisa fica nítida na medida em que o show ia se desenrolando: “Falling in Love (Is Hard on the Knees)”, “Pink”, “Livin’ on the Edge”, “Jaded”, “Crazy” e “Crying”. Nessa última, Steven Tyler faz tradicionalmente aquele solinho de gaita no final; o fato hilário da noite é que ele não achava a sua gaita, e ficou procurando nos bolsos de sua calça. O instrumento estava lá onde você deve estar imaginando: Steven lascou a mão nas suas partes íntimas, deu uma “cheiradinha” nas mãos e na gaita (para as gargalhadas do pessoal) e mandou ver em seu solo. No telão de alta definição no fundo do palco, câmeras captavam a plateia: garotinhas adolescentes mostrando um coração de pelúcia com o nome “Steven Tyler” estampado... Pois é, Tyler, com seus 63 anos nas costas, passado junkie, e corpinho de 30, bate ombro a ombro com qualquer banda teen. Ainda bem que essa garotada está no show do Aerosmith, mas pelo visual de algumas garotinhas da plateia, bem que elas poderiam estar no show dos Jonas Brothers. Hilário.



Em “Dream On”, a composição mais dramática e liricamente séria da banda, o estádio entra em transe com Tyler e na excelente “Kings and Queens” o vocalista promove uma volta no tempo a 1977, época de Draw The Line. No comecinho de “What It Takes”, Tyler vai para a ponta do palco e canta sozinho as primeiras frases da música. Quer dizer, quase canta, pois a galera literalmente tira o microfone de suas mãos para cantar em uníssono; o cara, é claro, fica visivelmente emocionado e vai à loucura com os paulistas. “You Rock São Paulo” ele gritaria no final do show...



A melhor faixa da noite foi a clássica “Lord of the Thighs”, de Get Your Wings, de 1974, época em que o grupo era genuinamente perigoso a ponto de Tyler posar na capa com seu lenço repleto de drogas penduradas. Nesse momento do show o clima pesava e o Aerosmith voltava a ser a banda que topava qualquer parada nos anos 70. Rock pra cacete, com direito a muito improviso (com Whitford mandando ver num belo e longo solo e Tyler nas maracas). O clima continuou vibrante em “Stop Messin' Around”, “Sweet Emotion” e “Baby Please Don't Go”. Em “Sweet Emotion”, Perry desenterrou seu indefectível talk box, um artefato para guitarra muito usado nos anos 70, e totalmente fora de moda atualmente, assim como o teremin. No meio da canção, parecia que estávamos vendo o Led Zeppelin em alguma parte de “Whole Lotta Love”, com Joey Kramer inclusive brincando com ataques e viradas inspiradas nas de John Bonham. Delírio total! Durante o solo de Kramer, Tyler deu uma canjinha, atacando surdos e tons com suas baquetas. Pra quem não sabe, ele era baterista no início de sua carreira musical.



Outro ápice da noite foi “Draw the Line”, com Perry assumindo de vez a imagem bad boy da banda. Com sua guitarra transparente de acrílico, e seu slide infernal, o guitarrista foi minando a canção que literalmente explodiu no final, com Perry descendo ensandecido do praticável da bateria e rolando pelo chão, com guitarra e tudo! O guitarrista se levantou e deixou o palco com o restante da banda a tiracolo... Na escuridão completa, sua guitarra agonizava, ainda no chão, emitindo feedbacks e microfonias por um bom tempo. Era o final mais apropriado de um set perfeito...



Para a encore a banda voltou com tudo. Um roadie pendurou uma bandeira brasileira com o símbolo do grupo nos amplificadores de Tom Hamilton e Joey Kramer puxou a batida inconfundível de “Walk This Way”. Festa total no estádio. A despedida foi com a visceral “Toys in the Attic”, em versão ainda mais vitaminada do que a do disco homônimo de 1975. Adrenalina pura.



Tudo termina, e com as luzes do palco todas acesas, Tyler apresenta a banda toda... Perry fica por último e na sequência apresenta Tyler como “o maior vocalista do planeta”. A multidão entra em colapso e grita ao mesmo tempo... Parece que pelo menos no palco, Tyler e os rapazes estão novamente de bem com a vida e com o rock n’roll...

Aerosmith (Parque Antártica, São Paulo, 29/05/10)

O AEROSMITH é uma banda com quase 40 anos de estrada. Se você não sabia disso, perceberia naturalmente se olhasse a fila que se estendia por muitos e muitos metros ao redor do Parque Antarctica, em São Paulo, na tarde do dia 29 de maio. Muitas pessoas de muitos estilos e diversas idades esperavam ansiosamente a abertura dos portões.




Até o momento em que este que vos escreve finalmente pôs os pés dentro do estádio do Palmeiras, por volta das 16h45, não houve um tumulto, uma briga ou qualquer outro problema na organização da fila. Pelo contrário: muita gente se conheceu ali. Tudo nos conformes, o que prova para tantos e tantos veículos que tentam provar ao contrário que quem curte rock and roll é civilizado.



Enquanto as pessoas iam chegando em em seus respectivos setores, uma pessoa responsável por fazer um "som ambiente" escolhia videoclips - aparentemente a esmo. Mas o repertório do VJ - que incluía Coldplay, Lily Allen, Simple Plan e Mika - não agradou ao público, que constantemente o insultavam e vibravam cada vez que a música parava.



O Parque Antarctica já estava muito cheio quando o CACHORRO GRANDE, a banda de abertura, entrou no palco pontualmente às 20 horas. Apesar de apresentarem um show animado, os gaúchos não conseguiram empolgar muito a platéia, que não conhecia as músicas do quinteto e já estavam lá há muito tempo, cansados e ansiosos pela banda principal. Ao fim do show, o próprio vocalista Beto Bruno gritava, junto com a platéia: "Aerosmith! Aerosmith!".



Com um curto atraso de cerca de 15 minutos, às 21h45 apoximadamente, desce um enorme pano com o logo da banda, cobrindo todo o palco ao som de "Rainy Day Women #12 & 35", de Bob Dylan. A música, que tem uma letra engraçada e cheia de referências à maconha, logo deu lugar à entrada avassaladora de "Eat The Rich", música que abre também o álbum "Get A Grip", de 1993, e o registro ao vivo "A Little South of Sanity", de 1998. Caem as cortinas e os fãs podem ver a banda que esperavam há tantas horas.



Se os veteranos do Aerosmith têm problemas internos fora do palco, certamente esquecem deles quando estão tocando. Tudo o que alguém pode esperar de um show da banda estava lá: Steven Tyler e sua voz aguda e rouca, cantando impecavelmente e performático como sempre, Joe Perry e sua pose de bad boy/guitar hero, Tom Hamilton curtindo o groove de seu baixo, Brad Whitford, discreto porém preciso na segunda guitarra, e Joey Kramer demonstrando suas múltiplas habilidades na bateria.



A banda seguiu na pegada rock and roll com "Back In The Saddle", do clássico álbum "Rocks", de 1976, e "Love In An Elevator", do "Pump", de 1989, empolgando todos os presentes, que cantavam em coro junto com Tyler.



Após um começo avassalador, o Aerosmith partiu para a fase mais pop, tocando duas músicas que fizeram sucesso nos anos 90. "Falling In Love" e "Pink", ambas do álbum "Nine Lives", de 1997, não deixaram a peteca cair, e quando soaram as primeiras notas da clássica "Dream On", do primeiro álbum da banda, lançado em 1973, o Palestra veio abaixo. Um dos momentos mais bonitos do show, com a platéia cantando tudo junto com Tyler.



Mais dois hits muito conhecidos do público ("Livin On The Edge" e "Jaded") e a grande surpresa da noite, pelo menos para mim. Tyler anunciou que a banda ia voltar a 1977 e que os fãs brasileiros haviam "pedido muito por essa música", e o Aerosmith tocou a inesperada e desconhecida por muitos "Kings And Queens". Performance impecável, com Tyler alcançando todos os muitos agudos da versão original, lançada há mais de 30 anos.



Então chegou o momento que muitos casaisinhos adolescentes - e outros não tão adolescentes assim - esperavam: o combo das baladas "Crazy" (que teve até calcinha atirada ao palco no melhor estilo Wando) e "Cryin'", ambas cantadas com empolgação por todos - mesmo os que criticam a fase mais comercial da banda.



Após um curto solo de bateria de Joey Kramer (com participação de Steven Tyler), a banda não tocou a esperada "Rag Doll", mas sim a desconhecida por vários (porém clássica) "Lord Of The Thighs", do segundo álbum da banda, "Get Your Wings", de 1974, em versão prolongada.



Foi a vez de Perry assumir os microfones e, com ajuda de uma intérprete, anunciar ao público que estava cansado de ouvir as pessoas dizerem a ele que o haviam batido no duelo de guitarra do jogo "Guitar Hero: Aerosmith". Por isso, ele mesmo duelou contra seu personagem virtual, fazendo um curto solo de guitarra e tocando e cantando na sequencia o cover "Stop Messin' Around", originalmente do Fleetwood Mac. Ótimos solos de guitarra (Brad Whitford) e gaita (Steven Tyler), e os vocais de Perry também não deixaram a desejar.



Steven Tyler apresentou o tecladista Russ Irwin, que se apresenta com a banda nos shows, e o Aerosmith tocou a balada "What It Takes", também cantada em uníssono pelo público. E após um curto solo de baixo de Tom Hamilton, as primeiras notas de "Sweet Emotion" foram tocadas e, mais uma vez, o Parque Antarctica veio abaixo.



Mais um cover, desta vez o blues "Baby Please Don't Go", de Big Joe Williams, e a banda caminhava para a última música do set, "Draw The Line", pesadíssima e muito bem executada, para variar.



O Aerosmith deixou o palco e pouco tempo depois voltou para o bis. Joey Kramer começou a tocar o começo de "Walk This Way" e a platéia foi ao delírio. E quanto todos esperavam que a música que fecharia o set seria a já tradicional "Train Kept A' Rollin'", o Aerosmith toca "Toys In The Attic", terminando com muito estilo e rock and roll as mais de duas horas de show.



Foi um belíssimo show, cheio de clássicos mesclados com momentos mais desconhecidos, porém muito importantes para muitos dos fãs que conhecem toda a carreira da banda. Que o Aerosmith supere os problemas internos e ainda consiga voltar ao Brasil!



Setlist:

Eat The Rich

Back in the Saddle

Love in an Elevator

Falling in Love (is Hard on the Knees)

Pink

Dream On

Livin' on the Edge

Jaded

Kings And Queens

Crazy

Cryin'

Solo de Bateria

Lord Of The Thighs

Joe Perry Guitar Battle

Stop Messin' Around (Fleetwood Mac cover)

What It Takes

Sweet Emotion

Baby, Please Don't Go (Big Joe Williams cover)

Draw the Line



BIS:

Walk This Way

Toys in the Attic

sábado, 29 de maio de 2010

Guns N' Roses: os Jovens Pistoleiros, sexo, drogas e RnR

Antes de sua ascensão a glória, o Guns N’ Roses pastou para sair das ruas para trazer o rock inconseqüente de volta dos mortos.”








Slash e o baterista Steven Adler – amigos desde que freqüentavam (a escola pública de segundo grau) Fairfax High em Hollywood juntos – ainda estavam penando como uma banda de dois membros sem perspectivas na primavera de 1985. “O principal problema,” lembra Slash, “era que nós tínhamos uma grande banda pequena, mas nunca tínhamos conseguido achar um vocalista”. Slash já tinha tocado em shows com algumas outras bandas também, mas nada tinha dado muito certo. Quando o baixista Duff McKagan telefonou e pediu a eles que se juntasse ao Guns N’ Roses para uma série de shows de abertura que ele tinha acertado com uma banda de Seattle pra qual ele já tinha tocado chamada The Fastback, Slash aceitou – ainda que no fundo, ele visse os shows como uma maneira de roubar Axl Rose do GN’R e do guitarrista-base Izzy Stradlin e adiciona-lo a sua própria banda.



Slash disse que não queria trabalhar com Izzy de modo algum. “Eu não queria trabalhar com nenhum outro guitarrista porque eu nunca tinha feito isso antes. Eu não poderia ter controle sobre o que estava acontecendo, no que tange a guitarras. O que eu queria era roubar Axl do Izzy, o que era simplesmente impossível. Daí recebi essa ligação com eles dizendo 'você quer tocar com a gente?’ A princípio, eu não queria, porque eu e o Axl tínhamos nos estranhado bem recentemente (então).”



Cerca de seis meses antes, no fim de 1984, Slash tinha tocado em alguns shows com a Hollywood Rose – a banda anterior de Izzy Stradlin e Axl Rose depois que o guitarrista original da banda tinha saído. Slash também tinha deixado Axl, que era essencialmente um indigente sem-teto na época, dormir na casa de sua avó, na própria cama dele (Slash) enquanto ele trabalhava numa banca de jornal durante o dia. Quando Slash chegava em casa, Axl acordava e os dois iam ensaiar. Mas um dia houve um problema quando a tal avó quis assistir televisão e pediu a Axl que saísse do sofá dela. Axl mandou a velha senhora se foder. Slash ficou sabendo disso e a caminho dos ensaios, sugeriu a Axl que ele se desculpasse. Axl projetou um olhar estranho e começou a se inclinar pra frente e pra trás no assento do passageiro. Daí ele pulou pra fora do carro em movimento, que estava a cerca de 60 quilômetros por hora. Ele desapareceu numa rua paralela e Slash não o viu mais por um tempo. Durante o show seguinte da banda, Slash saiu do Hollywood Rose após Axl ter atingido um fã mais afoito com uma garrafa de cerveja. Slash e sua namorada ficaram separados por um tempo, e Slash descobriu que Axl tinha transado com ela nesse meio tempo. Nessa época, Axl era auxiliar administrativo na Tower Vídeo (locadora e loja de vídeo da rede Tower, especializada em discos, e que tinha uma badalada filial do outro lado dessa mesma loja/locadora) na (Alameda de Los Angeles) Sunset, e para ficar numa boa com Slash, arrumou um emprego pra ele lá. Isso durou até Axl ser despedido por passar filmes pornôs na loja.



No fim, Slash decidiu juntar-se ao Guns N’ Roses. “Aceitei porque era isso que estava rolando na época. Era a única banda que eu achei com a qual poderia estabelecer uma ligação.”



Steven Adler estava muito mais animado. “Eu disse pro Slash. ‘Se a gente conseguir aquele vocalista e aquele guitarrista, teremos uma banda do caralho!’”



O primeiro ensaio da nova banda foi num estúdio em Silver Lake (arredores de Los Angeles). Alguém distraiu Steven enquanto Izzy e Duff esconderam todos os acessórios mais extravagantes de sua bateria, reduzindo-a de uma quase cômica armação de metal para um kit mais primitivo, voltado para a simplicidade do punk rock. Duff lembra “no momento que soamos o primeiro acorde, havia algo ali, e sabíamos disso.”



No começo, Axl ficou de pé, segurando uma cerveja e apoiando-se num amplificador, ouvido a química sônica do grupo. Daí ele começou a cantar. “De repente, Axl se ligou. Ele estava bem ali, cara. Precisou de algo pra Axl se ligar, e precisou de outro lance pra Slash se ligar, mas, quando rolou, foi demais.”



“A gente só tinha 20 anos de idade”, Duff disse “mas já nos considerávamos veteranos de verdade. Tínhamos a sensação de que aquela era a banda, é isso que temos procurado.”



Slash e Steven ensaiaram com Axl, Izzy e Duff por apenas dois dias. O primeiro show do Guns N’ Roses com sua nova formação ocorreu no (extinta casa noturna de Los Angeles) Troubador, abrindo para outra banda sem contrato numa quinta, 6 de junho de 1985. O panfleto de publicidade já esboçava uma tentativa de criar o logo da banda, com duas pistolas (do tipo alemão) Luger cruzadas, envoltas no que deveriam ser rosas, mas mais pareciam repolhos. Tracii Guns, que outrora tinha sido o lead guitar, indagou Izzy quanto à sabedoria de manter o nome antigo da banda. Izzy disse que eles manteriam a porra do nome como Guns N’ Roses, e que isso não importava: afinal, era só um nome de banda.



Na tarde do dia do show, Slash foi a Avenida Melrose, repleta de butiques da moda e roupas de segunda mão e comprou um chapéu preto de fios de brim com uma coroa de adornos em volta na (loja) Leathers 6 Treasures. Era uma homenagem visual consciente a Jimi Hendrix, e o antecessor da cartola que se tornaria sua marca registrada.



Somente algumas poucas dúzias de pessoas viram a estréia dessa formação do Guns N’ Roses, mas os que a viram, jamais a esqueceram. O GN’R tocou mais alto que bombas. Axl desarrumou e armou o cabelo pra cima com spray de laquê e mandou ver em seus extravagantes passos de palco. Izzy vestia uma camisa branca e um colete, um clone ambulante de Keith Richards, mandando licks de guitarra com bastante desenvoltura. Duff se movimentava com botas de cowboy, ancorando a banda com seus backing vocals para os uivados de Axl. Slash - de peito nu, suando profusamente - estava alternando entre riffs e solos intrincados, realmente se mostrando. Presidindo tudo de cima, estava Steven Adler na bateria, acenando com suas baquetas e seus longos cachos loiros em volta de seu rosto sorridente, parecendo um garoto em êxtase. Steven dava um ar visualmente mais catártico à banda – como um jovem David Lee Roth - contrastando com a ameaçadora presença de palco de Axl.



Eles tocaram um pouco de Stones, um pouco de Sabbath, “Mama Kin” do Aerosmith, “Nice Boys” do Rose Tattoo e músicas do Hollywood Rose. Houve uma ovação enlouquecida. No dia seguinte, eles colocaram o equipamento numa van alugada conduzida por dois roadies e seguiram pra Seattle num carro emprestado, na primeira turnê do Guns N’ Roses. A saga deles tinha realmente começado.



O equipamento saiu no começo do dia e os “gunners” partiram logo após, com Duff ao volante. A banda estava animadíssima. Eles finalmente estavam na estrada. Izzy tinha sonhado com isso desde que ele tinha 12 anos de idade. Depois de Seattle, eles tocariam em Portland, Eugene, Sacramento e São Francisco. Esses shows rendiam decentes 300 dólares por noite, os primeiros deles fora da cidade.



Duas horas depois, a norte de Fresno, numa rodovia da Califórnia, o carro quebrou. Havia fumaça saindo por debaixo do capô. Duff encostou. Em volta deles, não havia nada além de propriedades rurais desertas e o próprio deserto. Isso foi bem antes de existirem telefones celulares. O Guns N’ Roses estava perdido no meio da estrada.



Alguém mencionou voltar e ir pra casa. Izzy disse que não havia porra de maneira alguma e que ele voltaria pra casa. Ele tirou a guitarra com o estojo de dentro do porta-malas e esticou o polegar. O resto fez o mesmo, abandonando o carro ainda fumegante e começaram a caminhar rumo norte. Ninguém deu carona pra eles. Eles estavam, como disse Slash, “completamente trajados” em roupas tipicamente de rockeiros, prontos para entrar no palco. O sol do verão assou-os em suas roupas de couro. Eles não tinham água. De acordo com Slash, ele, Izzy e Steven estavam todos usando heroína, então um ou mais deles estavam provavelmente em abstinência de drogas. Eles esperaram por uma carona. E esperaram.



Carros e caminhões passavam o tempo todo. Tiraram as jaquetas e os acessórios de palco. Após muitas horas no deserto, à medida que o sol se punha, um caminhoneiro finalmente parou. Ele disse que poderia levá-los na caçamba de seu caminhão de 18 rodas vazio.



No meio da noite o caminhoneiro deixou os atordoados gunners numa saída para uma rodovia interestadual. Eles eram uma miragem, de acordo com Duff: “Cinco caras em calças listradas apertadas e de botas no meio da porra do estado de Oregon.” Eles continuaram pedindo carona.



Izzy lembrou-se de que, finalmente, duas garotas, ex-hippies de São Francisco, deram carona pra eles. “Primeiro elas passaram por nós, mas daí elas lembraram que na época de hippie delas, ninguém dava carona pra elas – então elas deram meia-volta e vieram pegar a gente.”



Os gunners estavam famintos, fracos de fome, e perguntaram se elas não tinham nada pra eles comerem. A que não estava dirigindo tinha feito uns brownies de maconha, e eles continuaram indo pro norte – num coma de fumo.



Depois de cerca de 40 horas que deixaram Hollywood, o Guns N’ Roses chegou a Seattle. A banda estava exausta e desidratada, mas bem a tempo de seu primeiro show. Não havia, entretanto, nenhum sinal de seu equipamento nem de seus roadies. O Guns N’ Roses teve que pedir a bateria e os amplificadores emprestados ao Fastback. Os esfarrapados Guns N’ Roses fediam completamente.



Izzy disse: “Havia cerca de 10 ou 20 pessoas no lugar. A gente não tinha ensaiado tanto assim. A gente não foi pago. Só piorou dali em diante.”



Na verdade, eles foram pagos sim, 50 dólares, mais comida e bebidas das garçonetes do Omni Room, que ficaram com pena deles. E quando eles ficaram sabendo que a van carregando o equipamento deles tinha quebrado perto de Santa Bárbara e não chegaria, eles foram informados pelo empresário do Fastback que o resto da “turnê” deles tinha sido cancelado.



A banda se recuperou do que Slash chama de aquela “jornada traiçoeira” na casa da família McKagan. Foi lá que Axl Rose começou a escrever letras sobre a vida que eles tinham estado vivendo nas ruas de Hollywood – um caldeirão de dureza e competição, um submundo boêmio aonde a única refeição decente vinha de uma caridade e o grau da noite era um vinho vagabundo de um dólar a garrafa que vinha forte como um trem noturno (“Night Rain”, do álbum "Apetite For Destruction").



A realidade de Hollywood para Axl Rose era trepar com alguma groupie obesa e insegura de Nebraska de modo que ele pudesse ficar na casa dela tempo suficiente pra lavar as próprias roupas e tomar uma ducha. A Hollywood de Axl era um campo de batalhas sem coração, um lugar de jogos e diversão de alto risco e beirando o desespero onde os perdedores acabavam na vagabundagem ou azuis e mortos, com um garrote, no chão do banheiro. A canção que Axl começou a escrever durante o que a banda chamou de a Turnê do Inferno eventualmente tornou-se “Welcome to the Jungle.”



O GN’R não tinha dinheiro e nenhuma maneira de voltar a Hollywood. Eles estavam tão longe de casa que mesmo a Los Angeles degenerada, poluída e fadada a um terremoto parecia uma “Paradise City”. Duff lembra-se que “eventualmente, conseguimos serrar uma carona de volta pra Los Angeles com essa mina, que era uma viciada. Foi horrível. O bom é que foi ali que a banda se juntou. A gente se uniu.” Pela primeira vez, Duff pensou, “Isso é pra valer.”



Izzy: “Do dia que voltamos a Hollywood, era como se o que fosse acontecer, nós estaríamos unidos nesse conflito contra qualquer porra de coisa! O lema do Guns N’ Roses, desde então, tem sido ‘Foda todo mundo antes que eles fodam você!’ Foda-se o mundo inteiro – vamos apenas continuar andando pra frente.”



Izzy achou que a "Turnê do Inferno" tinha sido um ritual de passagem para a banda. Eles tinham sofrido juntos. Eles tinham passado sede no deserto. Era bíblico pra caralho. Eles podiam ter morrido. Eles foram péssimos em Seattle e tinham sido rejeitados. Eles se arrastaram de volta, derrotaram um pelotão, sem um puto nos bolsos. Mas daí, após a humilhante aventura, após terem estado na estrada e terem comido merda, a selva de malandragem da cena rock de Hollywood não parecia tão ruim. Ao contrário, parecia ser um lar.



Axl Rose estava agora finalmente convencido de que o Guns N’ Roses era a banda dele. Pouco depois, ele disse a um entrevistador, “Nós passamos por tantas pessoas diferentes. O Guns acabou sendo as pessoas nas quais nós mais acreditávamos. Nós acreditávamos uns nos outros. Nós éramos como uma família.”



Depois de Seattle, O GN’R ensaiou por alguns dias em um estúdio semi-profissional no distrito de Silver Lake, de propriedade do músico local Nicky Beat. De acordo com Slash, “foi ali que a banda finalmente se entrosou”, trabalhando nas músicas de Izzy “Think About You”, “Don’t Cry” e “Out Ta Get Me”. Eles também trabalharam nas versões rudimentares de “Rocket Queen” e “Welcome to the Jungle”.



Logo Izzy alugou um espaço embolorado pra banda ensaiar – mas sem lugar algum pra passarem a noite, a maioria da banda começou a morar lá também. Na cabeça de Izzy, o Guns N’ Roses tinha subido um pouco na vida.



O novo quartel-general era uma pequena área de estoque, do tamanho de uma garagem pra um carro, atrás do número 7500 da Sunset Boulevard. O aluguel era de 400 dólares por mês. As dimensões do local mal chegavam a 6 metros e meio por 4 metros, com espaço suficiente apenas para um sofá (afanado das coisas de um cara morto encontradas na rua) e o pouco equipamento que eles possuíam. Izzy e os roadies roubaram madeira de uma construção nos arredores do local e construíram um cômodo que tinha área suficiente pra que três roqueiros mal-nutridos dormissem.



O armazém deles tinha uma porta que dava prum beco que o município e Los Angeles designou oficialmente como Lote Número 619. Era próximo ao cruzamento entre Sunset [Boulevard] e a [rua] Gardner, numa vizinhança musical que incluía o [a notória loja de guitarras] Guitar Centre e várias lojas de instrumentos novos e usados incluindo a Sam Ash e a loja dos amplificadores Mesa/Boogie, e vários negócios cruciais para apoio, como o [ateliê de tatuagem] Sunset Strip Tattoo, o [restaurante] Sunset Grill, o Mory´s Pizza e a “Fina Comida Mexicana” do El Padre. A vizinhança cozinhava sob o sol da Califórnia, em meio a outdoors luminosos, altas palmeiras-reais e as áridas colinas de Hollywood, em forma de cone.



Não havia banheiro, chuveiro, cozinha ou ar-condicionado, e o calor do verão era de matar. Izzy descrevia o lugar como “uma porra de inferno ainda em vida”. Slash odiava-o. Às vezes, apenas para fugir do buraco, ele dormia logo mais adiante na mesma rua, no estacionamento da [loja de discos] Tower Records. “Eu trepava com garotas”, ele disse a [revista] Rolling Stone “só pra poder dormir na casa delas”.




“A gente não tinha um puto furado,” Duff lembrou-se, “mas sempre dávamos um jeito de arrumar um trocado e ir até a loja de bebidas pra pegar uma garrafa de [vinho] Night Train que ia te zoar, ao custo de um trocado. Por cinco dólares nós todos ficávamos chapados. A gente vivia dessa porra.”



“Nosso estúdio era basicamente uma porra duma cela de cadeia,” disse Slash, “mas, meu Deus, como a gente tirava um som bom nele! Somos uma banda alta, e não comprometíamos o volume por nada.” Eles tocavam com um par de amplificadores Marshall naquele cubículo, e dava pra ouvir tudo a quarteirões de distância.



Foi aí que o GN’R começou a ter festas sem parar no beco do lado de seu recanto. Izzy administrava seu negócio de heroína de dentro do local, que a banda decorou com pôsteres, fotos de mulheres peladas, pornografia, panfletos e qualquer coisa que eles conseguissem achar. O movimento deles atraiu, de imediato, garotas chegadas a uma farra, algumas delas jovens demais, muitas vestidas com bustiês de renda, saias de couro apertadas e meias arrastão típicas daquela época. As garotas, por sua vez, atraíam caras de outras bandas e garotos que queriam parecer que estavam numa banda. Músicos, cafetões, marginais, traficantes e artistas de rua e atores começaram a chegar. Em algumas noites, como no verão de 1985, davam nos nervos, multidões barulhentas de garotos festeiros se acotovelavam no Lote Número 619 enquanto o GN’R ensaiava do lado de dentro. Logo, toda a bebedeira, uso de drogas, fumo, prostituição e música extra-alta começou a chamar a atenção dos gambés de Los Angeles e dos departamentos de polícia de West Hollywood. Jovens começaram a dizer que tinham sido molestadas. Adolescentes do Vale de São Fernando (ao norte de Los Angeles) afirmavam terem sido assaltados. Sirenes de ambulância perfuravam as calmas noites de verão para atenderem casos de overdose. O Guns N’ Roses começou a ganhar uma certa reputação negativa nas delegacias de polícia da região.



“Nós vendíamos drogas”, Izzy admitiu mais tarde. “Nós vendíamos garotas. Se um dos caras estivesse comendo uma garota no nosso quarto de dormir, a gente roubava a bolsa dela enquanto ele estivesse trepando. Dávamos um jeito.”



Axl concordou. “Havia muita meteção, dentro e fora. Rolava sexo nos carros. O povo aparecia a toda hora, e a gente convencia as mulheres a entrarem no nosso quarto, e daí alguém apagava as luzes e dizia ‘muito bem, todo mundo no quarto – ou tira a roupa ou vai embora’”.



Para cada garota enganada pela banda, três outras apareceriam na noite seguinte – loucas pra dar. E banda tinha sua própria mesa semi-reservada no [restaurante/cantina mexicana] El Compadre na Sunset Boulevard. “A gente costumava sentar no canto,” Slash sussurrou para o jornalista Mick Wall depois, “porque era o melhor lugar para ganhar um boquete por debaixo da mesa sem que ninguém no saguão percebesse. Ou a gente as levava pros banheiros na parte de trás.”



Quando estava exausto ou chapado, Izzy gostava de deitar no apertado e estreito espaço atrás do sofá encharcado de urina e a parede infestada de baratas do prédio. Um amigo da banda lembra-se que Izzy ficava perdido por lá, às vezes por dias a fio. “Você só via que a cabeça dele aparecia ocasionalmente para ver o que estava rolando. Eu dizia “Izzy, você está beleza, cara? Ele respondia ‘Ah, sim’, e depois desaparecia de novo.



Aos sábados, o Exército da Salvação dava comida de graça para os sem-teto e os indigentes de Hollywood na missão deles localizada na [Rua de Los Angeles] Vine Street. O Guns N’ Roses estavam lá freqüentemente, na fila com os vagabundos, viciados, preguiçosos e vadias locais. Duff McKagan preferia a feira na Rage, um notório bar Gay de Hollywood que tinha um bufê às cinco horas do qual os GN’R eram assíduos. Todos eles adoravam o Rage. “Você tinha toda a comida que conseguisse comer por um dólar,” Duff lembrava-se. “Você contraía a bunda e comia. Eles tinham uma lula frita deliciosa.”



Axl: “Num certo ponto, tinha a banda e quatro mulheres morando nesse quarto pequeno. O banheiro mais próximo tinha sido destruído por pessoas vomitando. Eu cagava numa caixa e jogava no lixo porque o banheiro era nojento demais.” Esse cenário todo é também onde o lendário buchicho sobre o Guns N’ Roses começou a surgir nas ruas. As pessoas conversavam sobre a parada louca, perigosa, que rolava na Sunset com a Gardner – o supermercado de sexo e drogas e rock n’ roll, algo baixo sujo e vivo.



A banda vivia como porcos, bebia demais o tempo todo, não fazia sexo seguro, não se preocupava com a AIDS, traficava heroína abertamente. Eles iam a casas noturnas, faziam com que as pessoas pagassem bebidas para eles e agiam como cretinos. “A gente saía à noite”, Axl disse “aniquilados, pra passar panfletos e apenas certificarmos-nos de que todo mundo no lugar ficasse sabendo que estávamos lá.”



Axl amava ser um marginal excluído. Ele curtia o romantismo da boca do lixo. Cinco anos depois, ele recordava, “Todo fim de semana, a maior festa de Los Angeles era no nosso pedaço. A gente tinha 500 moleques espremidos no beco e nosso antigo roadie estava vendendo cerveja gelada a um dólar cada em sua caminhonete. Era como se fosse um bar. Pessoas mais velhas compravam whisky pra galera mais nova. Se houvesse algum problema com alguém, ele seria posto pra fora. A gente arrastava eles no beco pelos cabelos, arrancava a roupa dele e largava na rua. A gente fazia o que queria, pelo menos até os gambés aparecerem.”



“Éramos como uma gangue,” Steven confirmou. “Era assim que nos considerávamos. A gente toca rock, e a gente vai acabar com você.” O que as pessoas esquecem sobre o local de ensaio notoriamente decadente do Guns N’ Roses é que eles realmente conseguiam ensaiar lá. Duff e Steven tocavam juntos quase todo dia, acompanhando temas funk do Prince e Cameo – em especial, “Word Up” do Cameo - arrancando batidas hard rock que quase tinham swing, uma extrema raridade entre as bandas de Los Angeles daquela época. Duff depois diria que “Rocket Queen” foi amplamente baseada na batida do Cameo.



A agente de shows deles, Vicky Hamilton, conseguiu ficar mantendo o GN’R nas casas noturnas tocando como banda de abertura ao longo do verão de 1985. No dia 28 de junho eles tocaram no Stardust Ballroom no cruzamento de Sunset com Wilton. Em julho, eles estavam trabalhando no Raji’s, um pulgueiro em Hollywood. Slash tinha cheirado farinha demais e estava batendo carreiras atrás de seus amplificadores.



Eles abriram para o Poison por várias vezes, uma banda que o GN’R criticava por serem falsos e “glam” de caso pensado, da maneira errada, eles achavam que era o tipo de banda que dava uma má reputação ao movimento. O vocalista do Poison, Brett Michaels, retaliou, falando mal do GN’R no palco.



Uma vez, depois de Michaels ter xingado o GN'R, Axl confrontou-os nos bastidores e disse a eles, cara a cara que eles eram uma merda. O baixista [do Poison] Bobby Dall, cuja banda já tinha um contrato com uma gravadora, respondeu: “Talvez sim, porra. Mas você tem que ser um merda nesse tipo de negócio algumas vezes – e vocês nunca vão dar certo nele.”



O GN’R tocou abrindo para algumas outras bandas num evento beneficente de Hollywood, organizado por Jerry Lewis, o “Jerry’s Kids”, no dia 30 de Agosto, no Stardust. O Poison fechou a noite, que também contava com Ruby Slippers, The Joneses e Mary Poppins. No dia seguinte, o Guns N’ Roses tocou no teatro Roxy na Sunset [Boulevard] pela primeira vez.



O Roxy, junto com o Whisky [a Go-Go, outra decana casa de shows de Los Angeles], eram a maior vitrine da Sunset Strip, onde as bandas visitantes faziam shows pequenos para os fãs e pra executivos da indústria musical. Vibrando de adrenalina com isso, o Guns N’ Roses tocou alto e rápido, com Slash correndo pelo palco, seus cabelos voando, numa poça de suor e acordes poderosos e maliciosos. As pessoas presentes disseram que era o melhor show que a banda já tinha feito. “Welcome to the Jungle”, dizia o próximo panfleto do Guns N’ Roses, para o show no Troubadour na sexta-feira, dia 20 de setembro. A canção autobiográfica de Axl já estava pronta então e já causava que as garotas gritassem quando o riff de Slash começava o show. A reputação da banda agora estava explodindo. Na hora que o GN’R subiu ao palco, às 11 da noite, a molecada no velho clube folk estava espremida feito um rebanho de bodes.


Também na mesma casa aquela noite estava o Poison, prestes a começar a gravar o primeiro álbum, "Look What The Cat Dragged In". O Poison cometeu um erro ao levar Ric Browde, que estava produzindo o disco, para ver o Guns N’ Roses naquela noite.




Browde e o Poison já estavam se estranhando quanto a como o disco deveria ser. “Não ajudou muito,” lembraria Browde mais tarde, “que na primeira noite que começamos a gravar, Bobby Dall, Brett Michaels, CC de Ville [guitarrista da banda] e eu irmos ver essa banda sem contrato no Troubadour, e eles simplesmente me maravilharam.” Mais tarde, depois de algumas bebidas, “eu disse ao Poison que não importaria quantos discos eles vendessem, eles jamais seriam tão bons quando aquela banda sem contrato que tínhamos acabado de ver.”



O Guns N’ Roses dizia às pessoas que eles simplesmente queriam tocar música e se divertirem e não se importavam em ter um contrato. Mas daí, como qualquer outra banda, o GN’R teve que mudar sua postura no que dizia respeito a gravar.



À medida que a comoção em torno deles continuava a crescer, as pessoas começaram a ver a autenticidade brutal do show deles, com Slash em plena fúria e Axl gritando de joelhos com seu rosto avermelhado de sangue e suas cordas vocais apertadas como cabos de aço em seu pescoço, os membros da banda começaram a aperceber-se de que eles não sairiam do circuito das casas noturnas até que assinassem um contrato para fazer um disco com uma das grandes gravadoras daquela época.



O GN’ R tocou de novo no dia 18 de outubro no Country Clube de Chuck Landy em Reseda [cidade californiana] e depois no show de Halloween da estação [Radio City] em Anaheim [cidade californiana nos arredores de Los Angeles]. No meio de novembro, começaram a aparecer os panfletos para a próxima apresentação do Guns N’ Roses, no Troubadour. Acima da foto da banda estava um novo logo desenhado por Slash. Era uma versão primitiva dos dois revólveres Magnum .44 cruzados, a famosa arma letal tornada famosa por Clint Eastwood nos filmes da série “Dirty Harry”. Os dois revólveres .44 eram entrelaçados por caules espinhosos de rosas estendidos ao longo de seus canos.



Os próximos shows da banda foram em janeiro de 1986. Depois da uma incandescente apresentação no fim de janeiro no [casa noturna] Roxy, a febre pelo GN’R começou a surgir com uma força implacável. Ninguém em Hollywood jamais tinha visto tamanho frenesi por causa de uma banda sem disco antes. Seis meses depois de vagarem pelo deserto, e ainda agora dividindo o tempo deles entre viver nas ruas a custa de bicos e dormindo no apartamento de Vicky Hamilton, o Guns N’ Roses parecia e soava como a “próxima grande banda.”



Hamilton agendava refeições com pessoas do meio fonográfico com todas as despesas pagas em todos os melhores restaurantes. Izzy adorava isso. “A gente fazia eles nos levarem para jantar por algumas semanas. A gente pedia toda aquela comida e bebida e dizíamos ‘OK, agora conversamos’”. O Guns N’ Roses começou a comer bem pela primeira vez em anos. De repente eram bifes de filé e o champanhe mais caro, lagosta vinda de avião do [estado americano] Maine e idas ao banheiro para reluzentes carreiras de cocaína peruana.



Slash: “A gente continuava sendo convidado a encontrar com esses idiotas das gravadoras.” Em um almoço com um relações públicas de uma elas, Slash descreveu o Guns N’ Roses como sendo um pequeno Aerosmith e Axl como sendo um pequeno Steven Tyler. “Daí a mina diz ‘Steve quem?’ A gente só olhou um pro outro.” Slash quebrou o longo silêncio, perguntando, “A gente pode pedir mais uma rodada dessas margaritas?” No ano anterior, David Geffen [fundador e então presidente da gravadora Geffen] tinha contratado o reformado e recentemente sóbrio Aerosmith – que ainda eram super-heróis para o GN’R - e agora Geffen, que assistia a MTV como todo mundo naquele ramo de negócios, queria uma banda de Metal de Los Angeles com cabelos armados e uma postura arrogante. Seus executivos – incluindo o mago Tom Zutaut, de 25 anos, que tinha sido tirado da Elektra, onde ele tinha contratado o Mötley Crüe – começou a falar do GN’R para Geffen.



Zutaut foi ver o GN’R novamente no dia 28 de fevereiro no Troubadour. Na quarta-feira seguinte, ele convidou a banda até sua casa na [rua de Los Angeles] Beachwood Canyon e tocou discos do Aerosmith pra eles a noite toda – “Toys in the Attic”, “Rocks”, “Draw The Line”, “Aerosmith Live”. Ele sabia muito do Aerosmith, em detalhes e sobre contos secretos – como o fato de que os deuses da guitarra Joe Perry e Brad Whitford não tinham tocado no segundo disco da banda porque o selo tinha considerado o som deles malicioso demais. Com o Aerosmith voltando à ativa pela Geffen, Zutaut disse ao Guns N’ Roses que eles deveriam estar na mesma gravadora também. Parecia lógico pra todo mundo.



“No dia seguinte”, disse Hamilton, “eles estavam animados, ‘Vamos assinar com a Geffen!’ Eu disse, ‘Vocês estão loucos? Todas essas gravadoras estão se matando por causa de vocês. Há um frenesi crescendo lá fora’. Axl só olhou pra mim e disse, ‘Nós vamos assinar com a Geffen’. Já era.”



A papelada levou algumas semanas pra ficar pronta, período pelo qual a banda passou fome e contraiu altas dívidas com seus fornecedores de drogas. Haviam outros problemas também: Slash não queria que seu nome verdadeiro aparecesse nos contratos; o nome verdadeiro de Axl ainda era William Bruce Bailey, e o selo não assinaria um acordo ou faria um cheque para alguém usando um nome artístico. Haviam questões sobre ordens de prisão pendentes contra Axl em [estado americano] Indiana por coisas como furto de veículos, agressão e faltar a audiências judiciais. Era uma baita e caríssima encrenca, mas os advogados tomaram conta de tudo isso.



O Guns N’ Roses deveria sacramentar o contrato nos escritórios da Geffen na manhã de 26 de março de 1986. Era uma bela manhã de primavera [americana], com arbustos florescendo e vegetação verde brilhando na beira das áridas colinas. Através das janelas do apartamento de Hamilton, com a serração ainda não dissipada para aquela manhã, as placas de gelo das montanhas de São Gabriel reluziam para o Leste sob a luz da manhã.



Mas as lentes de contato de Axl tinham sumido, fazendo o Guns N’ Roses se atrasar para um encontro de negócios crucial. Hamilton se lembra, “Axl acusava o Slash de pegar elas ou tirar elas do lugar, e daí ele saiu da casa.” Agora isso era problema de alguma outra pessoa. “Eu e o Slash apenas olhamos um pro outro e ele disse, ‘Nós temos que acha-las.’ Eu olhei pro relógio. David Geffen, Tom Zutaut e o presidente da empresa, Eddie Rosenblatt estavam todos esperando por nós, e agora a gente já estava atrasado uma hora. Eu tinha tido pesadelos parecidos com isso. Então olhamos em todos os bolsos das roupas de Axl e as achamos no chão.”



Slash olhou pela janela do apartamento de Hamilton. Logo abaixo na colina, Axl estava sentado de pernas cruzadas em cima do Whisky a Go Go, numa pose de meditação, olhando na direção contrária a eles, no sentido das colinas de Hollywood. O Whisky tinha sido fechado enquanto o prédio estava sofrendo reformas. Axl tinha subido pelo andaime.


Eles saíram e deram um jeito de tirar Axl de cima do prédio. Hamilton tinha alugado uma limusine, e todos eles entraram. Eles chegaram duas horas atrasados, mas o fechamento do contrato aconteceu. Slash estava listado como “Stash” nos contratos e no cheque feito a ele.



Ainda assim, era o sonho do rock n’ roll se tornando realidade pra eles. Rolhas foram estouradas de garrafas de bom champanhe.



Hamilton sabia da verdade: era o fim do GN’R daquela forma que eles tinham sido – uma autêntica banda de rua de Los Angeles. Ela já podia ver o que seria perdido e o que aconteceria. Ela disse que chorou no dia que o Guns N’ Roses assinou com a Geffen Records.

Ozzy Osbourne: homenagem a Axl em álbum de Slash?

OZZY OSBOURNE foi um dos convidados especiais no novo álbum solo do ex-guitarrista do Guns N' Roses Slash. E juntos, a dupla compôs a faixa “Crucify The Dead” que, segundo Ozzy, traz o que ele diria a Axl Rose se ele fosse Slash.




“Slash me mandou a música e trabalhei na melodia e em algumas partes da letra. E o que fiz com a letra foi o que sempre pensei sobre os caras do Guns N' Roses e digo isso ao Slash a todo tempo: ‘Vocês perceberam o que fizeram? Vocês nunca entenderão. Vocês poderiam ter sido os próximos ROLLING STONES, a próxima super banda”, disse Ozzy. “E o que escrevi em ‘Crucify The Dead’ é o que eu diria a Axl em uma mensagem se eu fosse Slash. Nunca me encontrei com Axl, mas ficaria muito possesso, e as letras são sobre isso”, acrescentou.



Por outro lado, em uma recente entrevista, Slash negou que as letras da música citada tenham algo a ver com Axl. “É uma coisa do Ozzy. Ele me disse que a canção representa situações em que ele já esteve envolvido com outros músicos”, afirmou o guitarrista. “Sim, há alguns versos que são bem sugestivos por conta da minha própria experiência, mas não, essa é apenas uma visão geral das coisas”, reiterou.



Na sua opinião a letra abaixo tem referências diretas a Axl? Comente no fórum.



"Crucify The Dead" (Ozzy Osbourne)



O fogo teve início há muito tempo´

As chamas queimaram, as brasas ainda brilham

Estão carbonizadas e torradas

Nada foi deixado para ser consumido pelo fogo, pelo fogo



Tínhamos o mesmo sonho

Vivemos a vida ao extremo

Uma arma carregada e presa por uma rosa



Os espinhos não estão em torno da sua cabeça

Seu ego lhe amaldiçoou

Você não pode crucificar o morto

Para mim você está morto, yeah!



O futuro é uma pedra indefinida

Decisões passadas lhe deixaram sozinho

Traiu a todos nós com sua ganância egoísta, sua ganância, yeah



Novos soldados agora dizem

Que os mendigos coletam

Crucificados novamente e pagos por você



Os espinhos não estão em torno da sua cabeça

Seu ego lhe amaldiçoou

Você não pode crucificar o morto

Para mim você está morto, yeah!



Éramos como irmãos com o mundo em nossas mãos

Você sempre teve muito a dizer

Algum dia você vai olhar para trás e ponderar por que

Você deixou tudo isso escapar, yeah!



Crucifique o morto

Crucifique o morto

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Kiss x Secos & Molhados: o fim da polêmica

O KissKillers nos enviou esta matéria, publicada pelo jornalista Emilio Pacheco no seu blog em 28 de março de 2006, falando sobre a polêmica que envolve a hipótese do KISS ter copiado a maquiagem do SECOS & MOLHADOS.  


Emilio começa a matéria dizendo que a discussão foi reacendida no Orkut no ano de 2006 e que ele resolveu dar seus pitacos.... Ney Matogrosso costuma contar sempre a mesma história quando é perguntado sobre o assunto. Eis o que ele falou, por exemplo, para o Jornal do Brasil:




"...o Kiss é que copiou a gente! A banda já era um estrondo no Brasil e fomos ao México. O sucesso lá foi tanto que ficamos mais uma semana. A Billboard tinha publicado uma foto nossa de página inteira e dois empresários americanos quiserem me levar para os EUA. Recusei a oferta: ''Estou começando uma história no meu país e quero dar seqüência a isso''. Não queria acabar como Carmen Miranda. Inclusive disseram que minha imagem era boa, mas que o som tinha que ser mais pesado. Eu não ia mudar nosso som por causa disso. Viemos embora. Uns seis meses depois começou o Kiss, com uma maquiagem como a nossa e um som mais pesado".



Os fãs em geral interpretam esse testemunho de Ney como uma informação privilegiada de que o Kiss realmente copiou os Secos e Molhados. Ou seja, "é verdade porque o Ney falou". No entanto, basta ler com atenção (e isenção) para ver que os fatos que ele alega não provam nada. Ele apenas faz suposições. Sim, é verdade que o disco dos Secos saiu primeiro. Mas quem conhece a história do Kiss sabe que o grupo americano não começou "uns seis meses depois", como afirma Ney, mas muito antes. Paul Stanley e Gene Simmons já experimentavam maquiagem desde 1972, quando o conjunto ainda se chamava Wicked Lester. Mesmo assim, existe uma legião de fãs dos Secos e Molhados que cultiva a crença do plágio como algo sagrado, intocável, um dogma que defenderão até a morte com unhas e dentes. Para esses, não basta citar livros e mostrar fotos.



Por razões óbvias, não vou copiar aqui o que escrevi para o International Magazine - comprem o jornal. Mas posso dizer que apresentei um histórico dos Secos e Molhados, do Kiss e do uso de maquiagem em geral no começo dos anos 70. Procurei analisar os argumentos contra e a favor e, por fim, expus minhas razões para justificar por que acho que o Kiss não copiou os Secos. Mas cometi uma falha imperdoável: não pesquisei as datas exatas. Achei que não fosse necessário. Afinal, sabemos que os Secos e Molhados surgiram antes. Mesmo assim, algum tempo depois, resolvi dar uma conferida na cronologia, ainda que fosse tarde para mudar o texto. E tive uma surpresa: o primeiro LP do Kiss saiu no dia 18 de fevereiro de 1974, portanto antes da viagem dos Secos ao México, que foi em março. A data do lançamento do disco do Kiss pode ser vista aqui e a da viagem dos Secos e Molhados está aqui. Se eu tivesse conferido essas informações desde o começo, talvez nem precisasse ter escrito tanto em minha matéria.



Claro que isso não exclui por completo a hipótese de o Kiss ter copiado os Secos e Molhados. O grupo brasileiro fez um sucesso estrondoso em 1973. Até pode ser que uma foto deles tenha sido publicada na mídia americana, inspirando os rapazes do Kiss a alterar a maquiagem que já vinham experimentando havia algum tempo. Eu não acredito nessa hipótese, mas ela não pode ser descartada.* Porém, a tese da viagem ao México, que Ney Matogrosso sustenta em entrevistas e os fãs até agora aceitavam como prova suficiente, cai por terra diante da evidência inquestionável das datas. Quando os Secos viajaram e Ney foi procurado por empresários americanos, o Kiss já tinha disco nas lojas desde o mês anterior, com maquiagem e tudo.



Fim de polêmica. Arquive-se.



*P.S. Este adendo está sendo colocado aqui e não em um novo texto do blog para que aqueles que aqui chegarem via ferramenta de busca (como o Google) encontrem todas as informações em um lugar só. Sinto muito pelos fãs que tanto desejavam acreditar nesse mito, mas depois de pesquisar mais um pouco, tenho certeza absoluta de que o Kiss não copiou a maquiagem dos Secos e Molhados. Segundo o livro "Kiss Alive Forever - The Complete Touring History", de Curt Gooch e Jeff Suhs, a primeira vez em que o Kiss se apresentou com maquiagem foi em 9 de março de 1973 (as fotos abaixo são do show do dia 10). Os desenhos evoluíram, mas com certeza já estavam mais do que consolidados quando os Secos e Molhados lançaram seu primeiro LP em agosto do mesmo ano. Só mesmo se o Kiss tivesse sabido dos Secos antes de lançarem disco e se tornarem conhecidos em todo o Brasil. Há quem acredite nessa possibilidade, já que o primeiro show dos Secos e Molhados com maquiagem foi em dezembro de 1972.

 
 
Várias pessoas me acusaram de estar chamando o Ney de mentiroso. Será que ao menos leram o que eu escrevi? Outra admiradora puxou para o lado da xenofobia: "Como vocês podem ser tão alienados de defender americanos? Eu sou brasileira!" Houve também quem questionasse a confiabilidade das fontes consultadas, numa atitude que lembra aquele personagem da Escolinha do Professor Raimundo ("Há controvérsias!"). Esse fã em questão acha que Gene Simmons e Paul Stanley teriam manipulado as informações de todos os livros e sites só para forjar provas de que Kiss não teria copiado os Secos. Outros acreditam que o grupo americano, mesmo com a pouca grana que tinha no começo da carreira, poderia ter vindo até o Brasil para conferir os Secos e Molhados de perto. Ora, em 1973 o Kiss não tinha condições sequer de comprar uma aparelhagem de som decente (nos shows eles empilhavam gabinetes vazios de amplificadores, para impressionar), mas iria investir em passagens aéreas internacionais só para copiar idéias de um grupo brasileiro? Ou mandar um emissário? Alguns fogem da discussão quando percebem que ficam sem argumentos, dizendo que "cada um diz uma coisa diferente, então não dá pra ter certeza de nada". Lamento, mas não há confusão nenhuma. As datas são:




Dezembro de 1972 - Primeiro show dos Secos e Molhados com maquiagem

Março de 1973 - Primeiro show do Kiss com maquiagem.

Agosto de 1973 - Lançamento do primeiro LP dos Secos e Molhados.

Fevereiro de 1974 - Lançamento do primeiro LP do Kiss.

Março de 1974 - Ney Matogrosso é contactado por dois empresários americanos no México



Essas datas todas podem ser comprovadas. Não "há controvérsias". Estranha-me que diante de uma pesquisa tão clara, tão inequívoca, alguns ainda relutem em aceitar os fatos. Não se trata de "defender americanos". Nem de chamar Ney Matogrosso de mentiroso. A história que ele conta é verdadeira. Mas os empresários que o procuraram não tinham nada a ver com o Kiss. Se houve plágio, foi entre dezembro de 1972 e março de 1973. Mesmo assim, não vejo muito como a imagem de um grupo brasileiro ainda pouco conhecido em seu próprio país poderia chegar tão rapidamente aos Estados Unidos, principalmente numa época em que não existia Internet ou TV por assinatura (nem a cabo, nem por antena parabólica, pelo menos não no Brasil). Mas há quem defenda essa hipótese.



Ao elucidar essa questão, imaginei estar trazendo uma informação importante para as comunidades dos dois grupos. Mas acabei sendo hostilizado pelos fãs de Ney Matogrosso e Secos e Molhados. Meus argumentos foram recebidos quase como uma ofensa. Eu me pergunto o que mudou desde que a Igreja Católica condenou Galileu por ousar dizer que a Terra girava em torno do Sol e não o contrário. A teimosia e a relutância do ser humano em ver suas crenças destruídas continuam as mesmas.

Simmons e Lemmy entre os músicos mais feios

De acordo com o KissNews.de, Gene Simmons (KISS), Lemmy (MOTÖRHEAD) e Alex Van Halen (VAN HALEN) estão entre os "músicos mais feios", na escolha da Blogcritics, uma revista virtual que serve de comunidade para jornalistas e leitores do mundo todo.




Segue abaixo a lista completa dos 12 mais feiosos:



01. Shane MacGowan (THE POGUES)

02. G.G. Allin

03. Gene Simmons (KISS)

04. Lemmy (MOTÖRHEAD)

05. Thom Yorke (RADIOHEAD)

06. Jim Skafish (SKAFISH)

07. Madonna

08. Alex Van Halen (VAN HALEN)

09. HATERUSH

10. GWAR

11. Roger Waters (PINK FLOYD)

12. JOURNEY

Black Sabbath: a polêmica capa do polêmico "Born Again"


Em 1983, após a saída de Dio do Black Sabbath, levando a tiracolo o baterista Vinnie Appice, havia uma grande interrogação sobre o futuro da banda, e esta não foi a primeira, nem a última vez que isso aconteceu. Quem teria o cacife de substituir Ronald Padavona (Dio) ou Ozzy, como front-man da Banda Mãe do Heavy Metal? A solução foi encontrada em grande estilo: Ian Gillan! O Resultado foi um album sombrio, que manteve a reputação da banda intacta, além de providenciar uma mistura de estilos interessantes entre duas grandes bandas: Black Sabbath + Deep Purple. Ainda sobre o álbum vale dizer que ele pode ter agradado a vários fãs das duas bandas, mas não agradou ao principal personagem dele: Ian Gillan. Gillan se considera o pior vocalista do Black Sabbath, além de ser totalmente incompatível com o estilo dos outros membros (principalmente Iommi e Butller). Só para melhor exemplificar, as gravações foram feitas em separado, isto é: Gillan gravava na manhã e Iommi, Butler utilizavam a noite e madrugada para gravar.




Vamos então à capa – inicialmente se supôs que ela era baseada na capa do album "New Life" do Depeche Mode (1981), mas a história é outra. Criada por Steve Joule, ela (segundo o próprio) apareceu em circunstâncias nada habituais.



Basicamente o que houve foi que Sharon (Esposa de Ozzy) e Ozzy haviam brigado com a gravadora e o seu Manager Don Arden (Pai de Sharon) na época. Don resolveu se vingar decidindo fazer o Black Sabbath reconquistar a posição de melhor banda de Heavy Metal do mundo. Na época a banda não exibia a mesma forma dos anos 70. Após recrutar Ian Gillan e trazer de volta Bill Ward para o álbum, Don resolveu roubar o máximo do time que trabalhava para Ozzy e Sharon. Steve Joule fazia as capas de Ozzy naquela época e foi convidado para criar esboços para Born Again. Como Steve não queria perder seu trabalho e se indispor com Ozzy, resolveu criar um esboço óbvio e ridículo, e mostrar para os membros da banda, que o rejeitariam, mas...



Quatro ideias foram enviadas e uma delas era baseada no bebê da capa de uma revista chamada Mind Alive (1968). Steve fez fotocopia em preto e branco da capa, criou os chifres, unhas, dentes e utilizou a mais estranha combinação de cores que achava possível.



A história se segue com uma reunião onde Tony Iommi e Geezer Butler estavam presentes, mas Gillan e Ward não participaram. Tony adorou a capa e Geezer, conforme nos é informado, olhou para ela e disse, “É uma merda, mas é boa para caralho!” O Empresário Don não somente adorou mas também decidiu fazer uma fantasia do bebê para um anão utilizar na turnê. De repente Steve foi forçado a fazer uma capa que detestava e por uma grande quantia de dinheiro (mais do que o dobro do que era pago por Ozzy) se entregasse na data marcada. Após enrolar durante algum tempo, pois não queria fazer a capa, Steve juntou-se ao seu vizinho, uma garrafa de Jack Daniels, e em uma noite rapidamente fez a capa, incluindo os títulos e encarte com letras (N.R: praticamente ilegível), para receber o combinado.



Quando Ian Gillan finalmente resolveu ver a capa, ele detestou e afirmou ter jogado uma caixa com 25 cópias do álbum pela janela, de tanta raiva. Gillan pode ter detestado, mas Max Cavalera (Sepultura, Soulfly, etc..) a considera a sua capa favorita.



Após o lançamento do album, Bill Ward se recusou a realizar a turnê, sendo substituido por Bev Bevan…



As 25 bandas que fizeram o Heavy Metal ser o que é

Rob O´ Connor compilou para a Yahoo! Music uma lista do que ele considera ser “as 25 bandas que fizeram o Heavy Metal ser o que é”. Ele escolheu para o topo da lista o Black Sabbath, que “dominou com maestria a arte dos powerchords e peso... por manter a música simples e se focar nos elementos mais fundamentais”, descreve.




Enquanto isso o Metallica, que vem em sexto, foi “o senhor da nova geração”, cujo ‘Master Of Puppets’ permanece como um tratado sagrado, além do auto-intitulado 'Black Album', que é aquele disco de Metal que as pessoas que não são adeptas do gênero possuem e mostram para provar que eles ‘gostam’ de Heavy Metal”, de acordo com Rob.



As 25 bandas “que fizeram o Heavy Metal ser o que é”, de acordo com Rob O’Connor do Yahoo! Music:



01. BLACK SABBATH

02. LED ZEPPELIN

03. AC/DC

04. VAN HALEN

05. Jimi Hendrix EXPERIENCE

06. METALLICA

07. JUDAS PRIEST

08. AEROSMITH

09. MOTÖRHEAD

10. IRON MAIDEN

11. SLAYER

12. DEEP PURPLE

13. SPINAL TAP

14. RUSH

15. ROBIN TROWER

16. DIO

17. KISS

18. GUNS N' ROSES

19. KYUSS

20. THIN LIZZY

21. PANTERA

22. URIAH HEEP

23. ALICE IN CHAINS

24. MERCYFUL FATE

25. MESHUGGAH

As 100 Maiores Estrelas do Século XX

A lista abaixo foi organizada pela Q Magazine e aponta segundo a opinião dos leitores as 100 pessoas que mais marcaram o cenário rock/pop mundial durante este século. A lista está em ordem decrescente (as personalidades mais importantes do século por último).




100. Ravi Shankar 'He invented psycedelia'

99. Bryan Ferry 'Sleepy-eyed, reptilian sex sensation'

98. Ian Brown 'He's an ape man. He's an ape, ape man'

97. Frank Zappa 'Rock's court jester'

96. Ozzy Osbourne 'He is iron man'

95. Johnny Marr 'This charming man'

94. Elvis Costello 'Lennon + Strummer + Cole Porter'

93. Nusrat Fateh Ali Khan 'Bigger than big Jim Sullivan'

92. Claude Debussy 'Harmony from another planet'

91. Muddy Waters 'He knew how to spell M-A-N'

90. Sly Stone 'He wasn't everyday people'

89. Damon Albarn 'Blur's bambi-eyed agent provocateur'

88. Serge Gainsbourg 'He was a very naughty man'

87. Fela Kutif 'Rock star as Leader Of The Opposition'

86. Lauryn Hill 'Fecund hip hop diva'

85. Liam Howlett 'Hardifaced dance alchemist'

84. John Squire 'Keef to Ian's Mick'

83. Eric Clapton 'His real name was Eric Clapp'

82. Igor Stravinsky 'He saw the future and it was noisy'

81. Louis Armstrong 'He swang'

80. Sting 'He can do things that other pop stars can't'

79. Diana Ross 'She knew where she was going to'

78. Bez 'He gave "Bezzing" a name'

77. Robert Plant 'he had a canoe in his Pantaloons'

76. Billie Holiday 'She was all woman'

75. Buddy Holly 'Hiccuping hick, hung like a horse'

74. Roger Waters 'Crivens, he's posh!'

73. Youssou N'Dour 'His wife isn't called Her N'Dours'

72. Keith Moon 'They called him "the Loon" you know'

71. Brian Jones 'Too Fey by a long way'

70. Syd Barret 'Ha ha ha ha ha ha ha ha ha ha ha!'

69. Lee "Scratch" Perry 'He's not really mad, you know'

68. Shaun Ryder 'He's shabby'

67. Prince 'Pop star as a sexual pocket battleship'

66. Jim Morrison 'He showed his willy and that'

65. Sam Cooke He didn't know much about history'

64. Ralf Hutter 'He might be a robot'

63. Woddy Guthrie 'His machine killed fascists'

62. Paul Simon 'Cerebro-pop for the smaller man'

61. Phil Spector 'Producer as pop star'

60. Duke Ellington 'Like the Duke Of Earl, he wasn't a real duke'

59. Lou Reed 'The man who don't give a frig'

58. Jimmy Page 'Dark Lord Of Mordor. Oh alright, Heston, Middx'

57. Hank Williams 'How many fathers of rock'n'roll do you need?'

56. Nicky Wire 'Fairly bright for a pop star'

55. Rod Stewart 'People thought him sexy'

54. Brian Eno 'Brian Eno, they call him'

53. Ian Curtis 'He joined "that stupid club"'

52. Miles Davis 'He was a motherflipper'

51. Paul Weller 'He lived clean under difficult circumstances'

50. Captain Beefheart 'Allegedly his knob looked like one'

49. Ray Davies 'He's to blame for Damon Albarn'

48. Johnny Rotten 'The first star who really hated you'

47. Pete Townshend 'he didn't die before he got old'

46. Debbie Harry 'Better when she wasn't Deborah'

45. Neil Young 'Guitar/sideburns/history/heartbreak

44. Charlie Parker 'The smacky muso genius archetype'

43. Nick Drake 'Folk-rock wraith-stroke-challenging'

42. Cerys Matthews 'A chin that could crush walnuts'

41. Morrissey 'He didn't think we deserved him'

40. Dr. Dre 'He changed the world with his old records and swearing'

39. Marc Bolan 'he was an electric gipsy. Whatever that is'

38. Jarvis Cocker 'Oxfam stick insect of the century'

37. Stevie Wonder 'He once did a song called Every Time I See You Go Wild'

36. George harrison 'His haircut was called Arthur'

35. Bruce Springsteen 'Wouldn't it be funny if he couldn't drive'

34. Pattie Smith 'Raven-like punk poetress'

33. Kate Bush 'Venus in leg-warmers'

32. Richey Edwards 'The Bez of doom'

31. Richard Ashcroft 'He said he would fly and then he did'

30. George Michael 'It takes a big man to do what he's done'

29. Joni Mitchell 'An improvement on Joan Baez'

28. Chuck D 'The rythm. The rebel'

27. Little Richard 'He summed up rock 'n' roll in a word'

26. Ringo Starr 'He invented drummers'

25. Marvin Gaye 'He tried to give up music for Ammerican Football

24. Joe Strummer 'He sang his socks off and hard rock teeth'

23. Iggy Pop 'He's gonna do another striptease'

22. Mick Jagger 'He may never die'

21. Robert Johnson 'The first rock 'n' roller'

20. Brian Wilson 'He never surfed, but it doesn't matter'

19. James Brown 'He got up, got on up'

18. Bono 'He saved the world with his silly glasses and leather trousers'

17. Aretha Franklin 'The voice'

16. Thom Yorke 'Creep, wierdo and Cleo Laine of alt.rock'

15. Jimi Hendrix 'He wasn't really a hussar, you know'

14. Frank Sinatra 'He may not have been a vry nice man'

13. Freddie Mercury 'Apparently he was gay'

12. Bob Marley 'He might have been a prophet'

11. Keith Richards 'The human doctor's bag'

10. Michael Stripe 'International man of mystery'

9. Liam Gallagher 'He walks it like he talks it'

8. Noel Gallagher 'He writes the songs...'

7. Madonna 'Distilled sax in a sex shaped container'

6. David Bowie 'There ain't nothing like The Dame'

5. Elvis Presley 'He was a big fat metaphor for everything'

4. Bob Dylan 'He was a poet. And didn't he know it.'

3. Kurt Cobain 'He re-invented rock stars'

2. Paul McCartney 'Isn't he lovely?'

1. John Lennon 'Rock star as flawed redeemer.And the runaway winner.'

Jimi Hendrix: no topo da lista dos 50 melhores guitarristas

O site Gibson.com vem enumerando o "Top 50" dos melhores guitarristas de todos os tempos, e finalmente chegaram ao "Top 10". Veja abaixo a lista completa.




1. Jimi Hendrix

2. Jimmy Page (Led Zeppelin)

3. Keith Richards (The Rolling Stones)

4. Eric Clapton (Cream, Derek and The Dominos)

5. Chuck Berry

6. Jeff Beck (The Yardbirds, The Jeff Beck Group)

7. Eddie Van Halen (Van Halen)

8. Chet Atkins

9. Robert Johnson

10. Pete Townshend (The Who)

11. George Harrison (The Beatles)

12. Stevie Ray Vaughan

13. Jack White (The White Stripes, The Raconteurs)

14. Prince

15. Steve Cropper (Booker T. & The MGs)

16. Mike Bloomfield (Paul Butterfield Blues Band, Bob Dylan)

17. B.B. King

18. Wes Montgomery

19. Mick Ronson (David Bowie, Ian Hunter)

20. Django Reinhardt

21. Johnny Marr (The Smiths)

22. Les Paul

23. The Edge (U2)

24. Ron Asheton (The Stooges)

25. Angus Young (AC/DC)

26. Neil Young

27. Danny Gatton

28. Ed O'Brien/Jonny Greenwood (Radiohead)

29. Duane Allman (The Allman Brothers, Derek and The Dominos)

30. Roy Buchanan

31. Bo Diddley

32. Ry Cooder

33. Scotty Moore (Elvis Presley)

34. Slash (Guns N’ Roses, Velvet Revolver)

35. Buddy Guy

36. Charlie Christian

37. Mike Campbell (Tom Petty and The Heartbreakers)

38. Lou Reed (Velvet Underground)

39. Frank Zappa

40. Steve Jones (Sex Pistols)

41. David Gilmour (Pink Floyd)

42. Richard Thompson

43. John Frusciante (Red Hot Chili Peppers)

44. Rory Gallagher (Taste)

45. Clarence White (The Kentucky Colonels, The Byrds)

46. Hubert Sumlin (Howlin’ Wolf, Muddy Waters)

47. Andrés Segovia

48. Robert Fripp (King Crimson)

49. Kurt Cobain (Nirvana)

50. Ritchie Blackmore (Deep Purple, Rainbow)

Os dez melhores vídeo-clipes na história da Roadrunner

Embora as origens nos remetam aos anos de 1920 com a chegada do som aos filmes, vídeo clipes realmente vieram para ficar a partir dos anos 1980, quando eles tiveram um canal de televisão formatado especificamente para este fim. É claro que os vídeo clipes existiam antes, e se estenderam para a internet mais tarde, mas a partir dessa primeira plataforma real de lançamento, artistas do meio musical usaram largamente este formato para mostrar seu som, demonstrar seu conceito musical ou explorar sua própria mística. E se ele teve momentos memoráveis, empurrando capas com imaginário explícito, tecnologia cinematográfica, ou simplesmente contar uma história, vídeo clipes sempre foram parte do consumo dos fãs. Desde Peter Steele tocando um baixo acústico à altura da cintura com correia de guitarra, até Corey Taylor do SLIPKNOT tirando sua máscara para o papel principal em um curta-metragem, nós aqui da Roadrunner pegamos inúmeros vídeo clipes em nossa posse, há quase 30 anos, razão pela qual convocamos a ajuda da nossa equipe global para escolher nossos “Dez Maiores Vídeo Clipes”.




Com comentário de nossas bandas, e a visão de nosso hilariante Chefe de Vídeos Promocionais, nosso empregado veterano Elias Chios se junta a nós para que possamos olhar a excelência cinematográfica, criatividade inovadora e entretenimento de terceira categoria de alguns de nossos clipes passados e atuais.



#10 Sepultura - "Ratamahatta"

Levando-nos profundamente para dentro da ‘Claymation’ brasileira (N. do T.: Claymation ou clay animation é uma técnica de animação stop motion baseada em modelos de barro), os mestres do death metal, Sepultura, levou as batidas tribais do “Ratamahatta” – cortesia do ex-baterista do Korn David Silveria para o ‘dono’ da banda Igor Cavalera – e os autênticos temas brasileiros (cantados em parte pelo músico Carlinhos Brown) e focou o conceito do vídeo nas origens ancestrais da banda. Explica o ex-frontman e fundador Max Cavalera, “Foi um vídeo conceito feito com fantoches brasileiros. Recriamos um pequeno pedaço do Brasil na animação, da selva às favelas.” Contextualizando isto, Elias Chios adiciona, “Claymation, Voodoo, tambores tribais, a floresta brasileira: A receita para a grandeza, você não acha? Que imagem perfeita para esta música.”




#9 Type O Negative - "Black No. 1 (Little Miss Scare-All)"

A sombria aparição deste vídeo em preto-e-branco é construída visualmente da mesma forma como o TYPE O NEGATIVE faz com as músicas, abrindo com um grande close da ameaçadora figura do frontman Peter Steele e então levando a uma performance da banda embaixo de uma árvore do mal e luzes estroboscópicas na floresta, com Steele tocando um baixo acústico como se fosse um normal de 4 cordas. Embora em grande parte baseada no desempenho (da banda), os ângulos da câmera e os cortes foram feitos para impactar a introdução da obscura banda ao seu público gótico. Chios explica, “Este é o vídeo e a música que fizeram eu me apaixonar por qualquer coisa do TYPE O NEGATIVE. O mero fato de eles estarem tocando instrumentos acústicos, Peter tocando um baixo acústico como se fosse um elétrico, a incrível expressão facial de Peter – tão bem feita, clássico TYPE O NEGATIVE. AMO ISTO! É assustador e hilário ao mesmo tempo. Aparentemente, houve uma briga enorme, pois parece que a banda queria (o clipe) em um tom esverdeado e não em preto e branco. Criou-se quase uma batalha naquela época.”




#8 DevilDriver - "Clouds Over California"

Trazendo o filho do frontman Dez Fafara tocando como uma banda cover Evil River (DEVILDRIVER sem os D’s), o vídeo do DEVILDRIVER para “Clouds Over California” não tem a performance da banda real, mas fica entre ter nuvens sobre a ensolarada Califórnia e flashes da ‘morte’, cenas de um cemitério e mais. A autoridade em vídeos da Roadrunner Elias Chios explica, “Dez teve a brilhante idéia de em vez do DEVILDRIVER tocar no clipe, ter crianças (seu próprio filho) tocando a música, por (isto) é um vídeo incrível.” O frontman Dez Fafara vai além disso, dizendo que “’Clouds Over California’ foi feito com um orçamento apertado, pedindo todos os favores que eu podia, filmado em estilo ‘guerrilha’ (em uma locação externa e sem permissão), alistando os fãs da área, bem como TODOS os meus filhos na banda. Tenho mais orgulho do meu caçula, que tinha 9 anos naquele tempo, que me imitou e até mostrou o dedo do meio no ar!”




#7 Sepultura - "Territory"

Após a banda tocar e andar pelo deserto, muitas vezes atolados na lama e entrelaçando imagens de bairros pobres e favelas no oriente-médio, como referências na música para a ocupação israelense da palestina, “Territory” foi um vídeo clipe poderoso e politicamente carregado, encapsulando a mensagem do SEPULTURA. Elias Chios coloca a contribuição de 1993 em contexto dizendo, “O vídeo é pesado em conteúdo político e quando vi o ‘homem de lama’ pareceu como um momento de partida. Enquanto se encaixa tão bem com o clima do vídeo, foi uma ruptura bem-vinda de todas as imagens de Guerra.” Max Cavalera se recorda da criação de “Territory”, sustentando, “Foi um grande vídeo clipe, que foi filmado em uma locação em Israel. Nós gastamos dois dias filmando em muitos lugares, como o Mar Morto, o ‘Masada’, e bebemos chá com os beduínos nômades em suas tendas.” Assista ao vídeo abaixo e para maiores informações do Sepultura e ‘Chaos A.D.’





#6 Slipknot - "Snuff"

Um curta-metragem dirigido pelo próprio M. Shawn Crahan (Clown) e Paul Brown, “Snuff” funciona como um filme – não apenas porque foi filmado como um filme de verdade e tem atores de Hollywood, mas porque o enredo foi escrito para seguir Corey Taylor em sua maluca história de amor. Explicando o clipe está próprio diretor (e percursionista) M. Shawn Crahan: “Foi muito importante eu ter escrito algo que não fosse justificar a palavra ‘snuff’ em seu sentido literal, pois não suporto aquilo... eu tinha que ir mais fundo, e muito disto veio com a história que Corey tinha escrito e as letras sobre, mais ou menos, essa pessoa que se foi e que não irá retornar, pois ela está morta, mas ele se torna seu, o que se tornou, mais ou menos, a definição de ‘Snuff’.” Elis Chios da Roadrunner acrescenta, “SLIPKNOT tem uma genialidade pronta a mostrar um lado que ninguém nunca viu. Corey Taylor desmascarado, uma história que você está dizendo para si mesmo ‘Que po***’ e Malcom McDowell? Vamos lá! A intensidade de Corey nisto é insana. Brilhante.




#5 DragonForce - "Through the Fire and the Flames"

Este explosivo vídeo clipe baseado em desempenho foi dirigido por Julian Reich e citado por Elias Chios simplesmente como ‘Clássico!’ ninguém pode explicá-lo melhor do que o guitarrista Herman Li do DRAGONFORCE: “Lembro que voamos para a Alemanha para filmar este clipe e foi realmente excitante, pois este seria o primeiro vídeo clipe do DRAGONFORCE. De fato, nenhum de nós tinha participado de um vídeo clipe anteriormente. O conceito por trás disso era capturar a energia do DRAGONFORCE ao vivo o máximo possível. Por ser o nosso primeiro clipe, a verba foi muito baixa, mas trabalhamos duro com o diretor para pegar a energia da banda e da música o mais forte possível. Após filmar por mais de 12 horas, era hora de fazer solos. De alguma forma deixamos isso para o final e eu não tenho idéia por que fizemos isso. Sam e eu estávamos nos sentindo muito cansados, então Sam decidiu abrir uma cerveja, como se beber uma cerveja fosse acordá-lo! Logo na filmagem de meu segundo solo, eu repentinamente ouvi o diretor gritando 'Sim, está maravilhoso. Sam! Continue bebendo, não pare!' Você pode ver no vídeo final que foi exatamente o que aconteceu naquele momento, não foi encenado. Apesar da baixa verba, eu realmente gostei de como o clipe conseguiu introduzir o estilo musical único da banda pelo mundo e dar ao espectador uma visão rápida da força explosiva do DRAGONFORCE. O retorno do clipe de ‘Through the Fire and Flames’ foi absolutamente inacreditável por todo o mundo. Ele tem mais de 27 milhões de visualizações em apenas um dos muitos posts no Youtube! Nunca esperamos estar na lista dos Top 10 e estamos realmente felizes por estar no Top 5! Obrigado, nos vemos na turnê em 2011!”




#4 Stone Sour - "Through Glass"

Uma canção reacionária ao grande negócio de ‘caça-estrelas’ dos programas de TV, ‘Through Glass’ do STONE SOUR foi descrita por Corey Taylor com uma ‘canção muito nervosa’ na qual ele questiona a música criada por estes meios. Para chegar mais ao ponto a banda recrutou o renomado diretor Tony Petrossian para a construção de um vídeo que brinca com o conceito de ‘reality’ e concentra-se na plástica do entretenimento. Nossa autoridade em vídeo clipes Elias Chios explica, “Este é um dos meus vídeo-clipes favoritos da Roadrunner. O artifício visual, você verá momentaneamente (se ainda não viu) envolve congelar uma imagem em movimento e expor a parada em um ‘movimento contínuo’. Imagine isso... CC Deville está em uma festa na sua casa com um cocktail e de repente ele se torna um recorte de papelão e você pode pegá-lo, colocá-lo embaixo do braço e levá-lo para a sua cozinha e então você tem um amigo enquanto cozinha um queijo grelhado com bacon... sim, é assim. Simplesmente fantástico, inesquecível. Eu nunca vou ficar enjoado deste clipe. Esta faixa levou o STONE SOUR a novas alturas e confirmou-os como legítima potência do rock.”




#3 Nickelback - "Rockstar"

Com infinitas aparições de celebridades de todos os meios da fama, bem como pessoas comuns do mundo todo, o vídeo para “Rockstar” do NICKELBACK nem sequer apresenta a banda até o último frame. Uma brincadeira sobre o desejo global de ser um rockstar, este vídeo cativa a todos que o assistem – se não por outro motivo, só para ver quem será o próximo a aparecer cantando na tela! Como nosso perito em vídeos Elias Chios coloca, “Esta canção é algo com que todos os amantes de música se relacionam, não importa o gênero – e o vídeo dela eleva isso. Quem já não desejou ser um rockstar ou pelo menos levar uma vida de rockstar? Por favor, você sabe que quis. Pessoas de todas as esferas da vida já quiseram; é isso que faz esse clipe tão bom. Tem algo [N. do T.: ou alguém] para todos!”





#2 Killswitch Engage - "Holy Diver"

Fazer um cover do Dio não é uma tarefa fácil, e o KILLSWITCH ENGAGE não apenas o fez, mas os piadistas fizeram um vídeo igualmente memorável quanto a atuação dos tempos medievais – com um roteiro digno. Em traje de gala. Chios diz, “Uma reedição matadora de um clássico com um toque hilariante. Sem dúvida o vídeo mais engraçado que o KILLSWITCH já fez, assim como a ROADRUNNER. Quando você pega uma banda de metal que em seus vídeos tem sido muito séria até certo ponto, e então joga tudo para o alto e produz uma comédia... Também sabemos que o KSE tem seu lado cômico, mas esta foi a melhor maneira de fazer isso.” O baixista Mike D. dá algumas pistas de como foi feito o vídeo, explicando, “Adam escolheu de antemão os personagens para a filmagem de Holy Diver. Eu era o heróico cavaleiro (porque eu sou pequeno e o membro mais não-herói da banda), Joel era o Bruxo Malvado (porque ele parece um), Justin era o Rei (por causa de sua poderosa barba ruiva), Howard era o ferreiro (por motivos óbvios), e Adam se colocou como a Princesa (imagine). Lembro-me de levantar às 5:30h da manhã para a gravação do vídeo de Holy Diver nos belos campos de Cali Vineyard (N. do T.: California, EUA). Estava vestido com minha ‘armadura’ de borracha, suando muito e gravando desde as 6:00 da manhã. Foi um dia muito divertido até que o calor do verão subiu lá pelas 11:00 horas e a temperatura chegou a 37º (a insolação não demorou muito). Pelo cavaleiro ser o personagem principal, eu gravava sem parar, eu lembro que fiquei mal pelos outros caras já que eles tiveram que ficar com aqueles trajes o dia inteiro, embora eles só tinham algumas cenas para fazer. Nós terminamos minhas partes às 2h00 da manhã seguinte... foi uma longa e cansativa gravação, mas o nosso melhor vídeo até hoje, sem dúvida.





#1 Slipknot - "Duality"

Filmado na casa de um fã em Des Moines, Iowa, nosso vídeo clipe número um, “Duality”, mostra os 9 mascarados do SLIPKNOT tocando em uma festa caseira. Mas com o diretor Tony Petrossian a cargo, e a ajuda de uma desordeira platéia, a natureza agressiva das músicas leva a uma fúria destrutiva – resultando em danos em MASSA à casa (que foi reembolsada). Dando maiores detalhes está nossa autoridade em vídeos Elias Chios, que diz “Número 1 e merecido! Este é o melhor vídeo que o SLIPKNOT já fez, na minha humilde opinião. Ele captura tudo o que eles são.. A arte, a violência, a insanidade, a energia frenética de tudo que eles criam e é claro a lealdade e gratidão com seus fãs, ‘os maggots’. Quão engraçado terá sido destruir completamente uma casa? Imagino que foi demais. Esta canção e vídeo é o momento de definição em sua carreira. Através dos anos, a mística do Slipknot, performances brutalmente belas e sua sagrada relação com os fãs criaram uma verdadeira lenda. Este vídeo coloca tudo isto em perspectiva e cativa aqueles que colocaram a banda de lado por algum motivo.”